Não podemos desistir?


Diariamente ouvimos de todo mundo, até de pessoas que não conhecemos, que não podemos desistir dos nossos objetivos, que precisamos ter força de vontade e que não podemos abrir mão do que queremos.
Mas, e mudar de idéia no meio do caminho, pode? E se a gente descobrir que não quer mais aquilo? Ou melhor, que não PRECISA mais daquilo para ser feliz? Ainda assim é desistir?
O caminho a ser percorrido por cada um é traçado individualmente e está sujeito a modificações ao longo do tempo, pois à medida em que nós amadurecemos e nossas prioridades vão mudando, as coisas que nos deixam felizes podem não ser mais as mesmas.
A gente começa dietas e ‘desiste’. E se sente um lixo por ter ganho todos os quilos de novo. “Mas foi tão difícil”, pensamos. “E agora, como vou começar tudo outra vez?”, é a pergunta que nos fazemos repetidas vezes.
Quando jogamos uma faculdade fora ou um curso de idiomas... Simplesmente desistimos porque não fomos capazes? Diversos podem ser os motivos e não estou aqui para julgá-los, mas ninguém pensa que aquele caminho poderia não estar nos realizando.
Está tudo bem se precisarmos de uma pausa para reajustar o caminho que precisamos seguir. A única certeza que temos é a que precisamos seguir algum caminho, mas ninguém é capaz de nos dizer qual. Apenas nós mesmos.
É preciso trazer a responsabilidade para nós, olhar pra dentro e entender o que esperamos de nós no futuro, como queremos nos encontrar? O que é importante para nós? O que pode ser facilmente descartado? Do que podemos abrir mão que não fará a menor falta? De quais pesos queremos nos livrar? Quais culpas queremos deixar de sentir? Quem precisamos perdoar? Quanto dinheiro é o suficiente para nos permitir ter o que queremos dentro do padrão de vida que buscamos? Este padrão é real?
Precisamos parar de nos frustrar diariamente buscando sonhos que não são nossos.
Quando pensarmos que não queremos mais seguir adiante com algo, que não achemos que estamos desistindo, mas sim que estamos abrindo caminhos, criando mais tempo em prol de algo muito mais valioso, que vai nos deixar muito mais felizes.
É como se perder e mudar para uma rota mais longa no meio do caminho, é pegar um bonde andando, mas conseguir se equilibrar e encontrar um lugarzinho no meio da galera, é ver o último ônibus do dia passar e ter que pegar um táxi. Parece dolorido no início, mais caro e demorado, mas dá certo no final.  E o mais importante de tudo: nos vira de cabeça pra baixo, nos mostra do que somos capazes e se torna mais uma bela história pra contar!
Afinal de contas, o que seríamos de nós se não tivéssemos que dar a volta por cima todos os dias?

Clarissa Lima






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